Destruidö surgiu no México em 2015, quando Eliceo e Dulce tocaram uma música juntxs e pensaram em formar uma banda ainda no primeiro ano do ensino médio, já tinham decidido que o punk era um estilo de vida. Chester, outro amigo da vizinhança, foi o primeiro baixista e Diego, que é outro amigo que conhecemos desde sempre, aproveitou a chance de tocar guitarra, ele começou a tocar alguns riffs bastardos, e foi assim que surgiu a primeira música, “Homeless attack”.
Com a turnê “Ecos del Abismo – 8 años Destruyendo todo” rodando o Brasil nesse início de ano, a banda esteve em Goiânia para um show concorrido, os fundadores da banda falaram com o Dr. Gori sobre a tour e os planos de lançar em breve o álbum comemorativo de 8 anos da banda.
A banda foi formada em 2015 e tem uma vasta experiência no underground de forma geral. Como você vê a trajetória da banda nesse período?
Eliceo: Acredito que a banda passou por diversas
fases ao longo desse período, enfrentando mudanças de membros e
pausas prolongadas. No entanto, mantivemos firmeza nas ideias para
continuar fazendo barulho underground.
Dulce: Eu acho que nossa
trajetória no underground começa desde moleques, esto foi uma
grande ajuda para formar muitas conexões com pessoal de todo canto
no México, e
desde o começo nós tivemos muito suporte. A banda teve algumas
mudanças de músicos, mas
a ideia de fazer
um punk crudo e agressivo
prevaleceu e é parte do coração da Destruidö.
O Destruidö está
fazendo sua primeira turnê no Brasil em Janeiro de 2024. Qual é a
sua expectativa para essa tour?
Eliceo: Fazer amigos, se
divertir bastante e ter muita diversão, principalmente conhecendo a
forma local e crua como o punk é vivido no Brasil. Também esperamos
conviver e conhecer as bandas com as quais compartilharemos o palco
em cada show.
Dulce: Nós nunca tivemos uma turné igual a esta,
é a primeira vez que a gente tem tantas datas confirmadas, agora sâo
15 shows por todo o Brasil e nós sabemos que é uma cena ultra
significativa em todo o mundo, cheia de pessoal fazendo muito pelo
underground, ficamos muito felizes de compartir palco com bandas
clássicas como
Skarnio, Besthoven, Karne Krua, e com muitas bandas que vamos
conhecendo e curtido demais, e eu pessoalmente fico muito feliz de
ver tanta participação
feminina em toda
atividade e de ver muitas crianças e novas gerações curtindo o
rolé do punk.
Uma curiosidade sobre abanda
é a localidade onde cada membro mora. Parece que vocês moram em
cidades diferentes e se juntam para ensaiar e fazer os rolês! Como é
esse trabalho e como fazer para isso dar certo? Afinal a banda lança
material inédito e toca de forma regular…
Eliceo: Atualmente,
apenas Priscila e eu moramos em Guadalajara, enquanto Dulce vive em
Gama, Brasil. Tentamos ensaiar e compor juntos sempre que possível,
passamos as músicas para Dulce escrever, e quando estamos juntos,
ensaiamos tudo.
Dulce: Até o ano passado nos morávamos todos
em Guadalajara, então era mais fácil fazer os ensaios e compor
novas músicas, agora que ficamos um poco expalhados nosso plano é
seguir lançando novo material a distança e tentar tocar aõ vivo o
más que pudermos.
Como foram as
experiências de tocar fora em outros países e como anda os planos da
banda para o underground internacional?
Eliceo: As
experiências em outros foram únicas em cada um. A maioria dos
momentos foi positiva, embora tenhamos enfrentado algumas situações
desconfortáveis devido à falta de empatia de alguns organizadores.
No entanto, compreendemos que cada país apresenta circunstâncias
diferentes, e podem surgir desafios de diversas formas. Até agora,
os planos visam continuar lançando material e realizar mais turnês
em diferentes países.
Dulce: Nós tivemos a oportunidade de
tocar na Colombia e no Canadá e foram experiencias legais demais. Na
Colombia da para notar um poco as diferenças da uma cena más
crusty dbeat e uma mais punk da rua, mas eu achei llegal todo este
rolé, produzem demais, o pessoal vive muito o d.i.y , e sempre tem
alguem que faz o visual, as camisetas, os tapes e cds e os shows,
adorei que quasi todas as bandas tem Minas também.
No Canadá
eu ache muito legal la cena latinoamericana, tem muita gente da
Colombia, Perú, Salvador, Brasil e muitos mexicanxs, tanto que os 2
festivais que nos fizemos são organizados por pessoal do México.
Mais também tivemos oportunidade de tocar em Quebéc profundo, eles
falam francés e além de sua cena ser um pouco fechada por motivos
culturais, som muito calorosos e legais. Eu achei muito legal também
o pessoal das comunidades indígenas curtindo os shows
punkys.
Vocês também planejam olançamento de um
material comemorativo de 8 anos. O que esperar desse novo material e
quando ele será lançado?
Eliceo: Sim, lançamos uma
compilação de nossos álbuns em dezembro de 2023. Incluímos
algumas músicas feitas ao longo desses 8 anos, como nossa primeira
canção "Homeless Attack" e nosso primeiro demo "Crimen
de estado", que aborda os 43 estudantes desaparecidos em 2014 em
Guerrero, México. Há também músicas criadas com Priscila e Beh
dos últimos álbuns "Inferno" e "Necropolis".
Dulce:
Neste rolé o Fofão de Besthoven tem sido uma ajuda gigante, ele
quem fez tudas as conexões para tocar no Brasil todo e ele quem
lançou a compilação de nossos dois últimos materiais com a
Discordia Récords, Ulixo punk e Vlad tapes. Esta é uma edição
muito especial para nos, pois como ja falé, nunca tivemos um rolé
assim de longe e bem organizado, além que ficou ultra lindo el
digipack e o tape, nos temos disponivel já já em todos os shows e
pelas redes sociais.
Fale um pouco sobre
ostrabalhos antigos de vocês Destrucción Total (2016),
Homeless Attack (2019) e Infernö (2022), como ajudou a banda a
evoluir e como eles trouxeram a banda até aquí.
Eliceo: Os
primeiros álbuns "Destrucción Total" e "Homeless
Attack" foram produções caseiras DIY que fizemos em meu quarto
com nossas primeiras músicas. Esses álbuns foram feitos com os
membros originais, e em "Infernö", já contamos com
Priscila, nossa atual baixista. O último disco, "Necropolis",
foi gravado com o apoio e colaboração de Beh, guitarrista de
Grave/Mal. Chegar onde estamos se deve ao lançamento do nosso
material e ao apoio das pessoas, conectando-nos com mais fãs em
diferentes países.
Dulce: Destruccion total é nosso primeiro
material e eu acho muito especial pois foi simplesmente uns amigos
querendo fazer ruido e gritar nosso odio. Homeless attack foi mais um
demo para gravar músicas que nos ja tinhanos escritas. Inferno e
Necrópolis que sâo 2022 e 2023 e já com a participação da Piu no
baixo e dá para notar que a banda ficou mais madura em questão
musical e também na idea que nos queremos transmitir, Destruido
sempre foi uma banda política.
Deixe um
recado para agalera de Goiânia e do underground em geral…
Continuem
acreditando em seus projetos e ideias. Apoiar os projetos locais e
dos amigos pode alcançar grandes conquistas. Às vezes, bandas e
projetos locais são menosprezados por serem "locais", mas
podem ser muito apreciados internacionalmente e ter um grande impacto
global. Continuem encarando o punk como um estilo de vida, não como
uma moda ou negócio. This is DisLife e DIY para sempre.
Dulce :
Arriba lxs punks !!!