quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

GERAÇÕES PERDIDAS LANÇA QUARTO TRABALHO "SOBREVIVENDO EM TEMPO DE ÓDIO"

 O Gerações Perdidas surgiu no início de 2010 e teve seus primeiros ensaios em um galpão de fábrica nos arredores do bairro Vila Nova, na cidade de Goiânia.  E hoje e formada por Matheus germano (vocal), Guilherme de Sousa (baixo),  Jonas Neto (guitarra) e Fred Rezende (bateria).

O nome veio de uma música da própria banda, que queria algo que representasse sua postura e seu som, além de representar as gerações que foram mortas, exterminadas e silenciadas, tanto na ditadura militar, como atualmente pela violência e pela repressão da polícia nas periferias, em um extermínio da juventude que está estampado diariamente em nossa sociedade. 

Inclusive a violência policial nas periferias é o tema da faixa "Na periferia intervenção militar é todo dia" que ganhou um lyric vídeo e estreia amanhã no youtube. O quarto trabalho da banda, “Sobrevivendo em Tempos de Ódio” é composto de nove faixas gravadas em dezembro de 2019 e está sendo lançado por vários selos independentes simultaneamente.

Nesses dias agitados que a banda vem passando com correria de fim de ano, show de lançamento do novo trabalho e do videoclipe, o vocalista Matheus Germano achou um tempo pra bater um papo com o Dr. Gori sobre as novidades da banda.


Vocês estão lançando o vídeo da música “Na periferia, a intervenção militar é todo dia”, do trabalho que está prestes a ser lançado. Porque essa música foi escolhida e sobre o que ela fala?

E aí, galera, firmeza? Então, por vários motivos. O primeiro deles é que queríamos colocar uma música alternativa desse trabalho novo que estamos lançando, a música “Desalojados” já abre o álbum, então a chance seria destacar outra música que gostamos muito e que mereceria destaque.

Outro ponto é que vivemos, durante os últimos anos, a real possibilidade de um golpe militar no Brasil. Nesse sentido, essa música seria um alerta para que não se repita, como ocorreu diversas vezes durante o século XX, outro golpe militar.  

Enfim, a música “Na periferia...”, enfatiza que, com a militarização da segurança pública, os supostos ganhos com a redemocratização de 1988 não chegaram as camadas mais pobres, periféricas e faveladas do país que tem que conviver, cotidianamente, com violações de direitos humanos, chacinas e demais políticas de extermínio.

Esse vídeo já faz parte do quarto trabalho da banda, “Sobrevivendo em tempos de ódio”, que vocês estão prestes a lançar… qual é a expectativa de vocês para esse lançamento?

Eu, particularmente, fico muito feliz com esse lançamento! As nove músicas que compõem esse álbum foram gravadas em finais de 2019, estávamos com uma ótima frequência de shows e no auge da nossa formação, a expectativa era fazer o lançamento no primeiro semestre de 2020 para, inclusive, comemorar os 10 anos da banda. Mas, infelizmente, em início de 2020, com a pandemia do Covid, a banda teve todos os seus shows cancelados, o lançamento do álbum postergado e, mediante a todos desafios que vivemos em nossas vidas pessoais, encerramos a atividade da Gerações Perdidas nesse mesmo ano, retornando, com uma nova formação, em 2024.

Nos dois últimos trabalhos “Gerações Perdidas”, lançado em 2012 e o compacto 7’’ intitulado “Motivos para resistir”, a banda foi evoluindo musicalmente.. para esse novo trabalho como foi o processo de composição e o que a galera pode esperar das músicas?

As músicas que compõem esse álbum foram feitas durante o período de 2015 a 2019, num momento de ascensão e refluxos de diversas lutas sociais no Brasil. “Desalojados” foi feita no momento de pós-Olimpíadas e Copa do Mundo, no calor do movimento “não vai ter Copa”, que gritava contra as práticas de remoções de moradias populares para a construção da infraestrutura desses megaeventos, bem como o reflexos violentos da especulação imobiliária para as camadas populares. “Na periferia” expressa o momento de nascimento da nova extrema direita no Brasil, os primeiros momentos em que setores da classe média passou a clamar pela intervenção militar. “Crimes de misoginia/homofobia” é um reflexo do recrudescimento do feminicídio e da lesbo/homo/transfobia deste período. “Escola de luta” mostra o momento vitorioso dos secundaristas goianos que conseguiram barrar a privatização do ensino público (via as O.S.) ao ocupar as escolas e tensionar para um novo modelo educacional visando o aluno como sujeito do aprendizado. “Sobrevivendo em tempos de ódio” foi um grito, um clamor pela resistência em meio a destruição dos direitos sociais e o aumento da repressão aos movimentos sociais que estamos vivendo. Enfim, para não delongar muito, essas são algumas das ideais que a galera pode esperar ao ouvir nosso álbum.

Esses trabalhos anteriores ainda tem uma boa receptividade da galera?

Bem, acho que sim. O cd de 2012, Gerações Perdidas, foi lançado por vários selos/coletivos libertários que incluem países como México, Peru, Chile e Argentina. O ep que saiu em vinil, Motivos para resistir, foi possível a partir de um coletivo de selos do Brasil e com a ajuda de diversas pessoas ele foi prensado na Europa, trazido para cá e distribuído de forma totalmente autônoma. Nos shows, a pedido do público, sempre gostamos de tocar músicas de todos nossos materiais, na gig de lançamento do mais novo álbum vamos lembrar de todas as fases da banda no nosso setlist. 

A banda já tem quase 15 anos de estrada, preparando o lançamento do quarto trabalho e devem estar se preparando uma série de novos shows também… Por onde vocês já passaram e por onde ainda pretendem passar em nova gigs?

A nossa trajetória começou em 2010, quando a banda foi formada em um quartinho nos fundos de uma fábrica de móveis no Vila Nova. Em 2011, de forma autônoma, a banda lançou o seu primeiro material, a demo Contra o Extermínio da Juventude, Se Organize e Lute!. Em 2012, lançamoso álbum Gerações Perdidas, juntamente com um coletivo de selos do Brasil e da América do Sul, que registrou os sons feitos nesses seus primeiros anos de trajetória. Após várias apresentações pela BA, DF, GO, MG e SP, em 2015 a banda gravou o EP Motivos para Resistir, distribuído em vinil em parceria com selos independentes de todo país. Em 2019, a banda gravou Sobrevivendo em Tempos de Ódio, planejado para celebrar os 10 anos da banda em 2020. Porém, com a pandemia, a banda interrompeu suas atividades, retornando apenas em 2024 com nova formação: Matheus (vocal), Fred (bateria), Guilherme (baixo) e Netão (guitarra).

Agora, a Gerações Perdidas se prepara para o lançamento do álbum Sobrevivendo em Tempos de Ódio e tem planos para uma discografia completa e um novo EP com cinco faixas inéditas para 2025.

Como a banda foi formada e qual é a história de vocês até agora?

A banda nasceu em 2010, moldada por influências políticas e sonoras do universo do punk/hardcore e pela necessidade de expressar a indignação diante das injustiças diárias e do terrorismo de Estado perpetuada nas periferias. Suas letras são carregadas de crítica social, abordando temas como a exploração humana, o militarismo, as guerras, o extermínio da juventude, a devastação ambiental, a manipulação da grande mídia e o massacre dos povos indígenas. Com um teor que vai além da denúncia, as músicas também incentivam a organização social, propondo alternativas de resistência e combate ao sistema opressor.

Onde o Gerações Perdidas se encaixa na cena punk/hc?

Bem, aí acho que é uma pergunta que o público da banda responderia melhor.. Mas, quando começamos, nos encaixamos na cena libertária que existia na cidade, organizávamos eventos juntos com os coletivos e selos. Também buscávamos nos aliar/participar nas lutas dos movimentos sociais, nesse ponto tocamos em diversos eventos nas jornadas de lutas pelo transporte público de 2013, nos movimentos de ocupações de escolas públicas pelos secundaristas contra as OSs em 2014-15 e nas ocupações dos estudantes das instituições federais de ensino durante entre 2015-16. 

 Deixe um recado pra galera…

Gostaria de usar esse espaço para agradecer o espaço dado no zine nesse momento de retorno da banda. Também gostaria de agradecer todos os espaços, ocupas, centros culturais, casas de shows que a Gerações Perdidas tocou em sua década de existência e aos amigos que fizemos em Goiás, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo; a toda movida libertária, periférica e underground que pudemos somar. A todas as pessoas, selos e distros que contribuíram para o lançamento dos nossos materiais!

Um forte abraço a todos aqueles que contribuíram nessa jornada!

Matheus. 


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

COLUNAS ANTISSOCIAIS: JECA TOTAL, O MONSTRO E O COACH

 


Jeca Total, o monstro mutante e o coach

Na música Jeca Total, Gilberto Gil imaginou um homem sertanejo emancipado, represertando sua gente no senado, lutando pela elevação do teto salarial no sertão. Rompia assim com aqueles esteriótipos racistas e coloniais do Jeca Tatu, personagem através do qual Monteiro Lobato havia representado o homem sertanejo anteriormente.

O Jeca Total de Gil, porém, não se realizou.
Em lugar disso, vimos um tipo inusitado chamar atenção: o Jeca coach. Pablo Marçal, com seu sotaque caricato, tornou-se talvez o primeiro goiano a ocupar o 3° lugar na eleição para prefeito de São Paulo, a maior cidade do Brasil.

Enquanto oriundo dessa parte do sertão brasileiro que é Goiás, Pablo Marçal representa, na verdade, não um sertanejo emancipado, mas uma espécie de aberração. Surgida no momento em que Goiás produz "rios de dinheiro", consagrando-se como celeiro do agro, do tóxico e do fake grão transgênico (para usar as palavras de Fred 04, da banda Mundo Livre SA).

Esse novo sertão, das comoditys, do milho e da soja, dos grandes frigoríficos de carne, assume as formas de um monstro mutante. Que se alimenta de resíduos químicos, contratos milionários, corrupção, camionetes espalhafatosas, trabalho análogo à escravidão...

Esse monstro cresce demasiado, torma-se incontrolável como um verdadeiro Godzilla. E defeca personagens estranhos, como Gustavo Lima e Pablo Marçal.

Com o Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, eles compartilham, talvez, a falta de educação emancipadora, os maus costumes, a porcaria e a abjeção. Reproduzem portanto esteriótipos rascistas e coloniais. Com o Jeca Total, de Gil, eles não compartilham absolutamente nada. Representam, na verdade, o seu inverso. São motivo de piada e vergonha, ao invés de orgulho. Não trazem nenhuma emancipação. Mas alegram a festa dos paulistas, trazem um divertimento banal. "Exóticos", talvez tragam a eles um pouco de emoção.

Quem produziu esse monstro foi o não-sertão, o centro econômico hegemônico brasileiro, sua divisão de papéis, de acordo com as necessidades de lá.

Agora, o centro se assusta com o que vê. O monstro cresceu demasiado e defeca suas consequências. São Paulo agora sofre com o odor das fezes do monstro que ela mesma ajudou a criar.

Autor: Supriano
Ilustração: Salomão Montenegro

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

TRANSITANDO ENTRE O ROCK CLÁSSICO E O PÓS-PUNK, THE LAST SHOT LANÇA VÍDEO DA FAIXA "TRY AGAIN"

The Last Shot é um quarteto de rock’roll autoral fundado em 2018, cujo som transita entre o rock clássico e o pós- punk. Com vocais e temáticas que remetem ao classic rock, o quarteto é formado por Juliano Padilha (violão e voz), Zó Dias (sintetizadores), Tayná Chaves (baixo) e Wendel (bateria).

A banda, que tem se destacado com apresentações únicas e intensas valendo-se da metalinguagem e temas existenciais como forma de expressão musical, lançou recentemente seu primeiro trabalho e a faixa “Still” já ganhou destaque nas plataformas digitais. Agora é a vez da banda lançar o vídeo da música “Try Again”, que estreia amanhã nas redes sociais.

O Dr. Gori bateu um papo com o vocalista Juliano Padilha sobre o lançamento do vídeo e a fase produtiva que  banda vem atravessando.


Porque a música “Try Again” foi escolhida par ao clip?

A música "Try Again" foi escolhida para o clip, porque percebemos ser a que mais chamou atenção positivamente do público e crítica, pelo menos, até agora... rsrs.

Como foi a repercussão do lançamento da música Still, nas plataformas digitais?

A música "Still" é bem minimalista, assim como várias outras, principalmente quanto à letra; trata-se de uma canção intimista, calcada na simplicidade e com apelo sentimental, por isso consideramos a repercussão ainda um pouco modesta... levando-se em conta a sonoridade ser mais digerível e envolvente.

Essa música tem a participação do Gustavo Vazquez, que foi o produtor do disco. Como foi trabalhAa com ele de forma geral?

O Gustavo Vazquez realmente é um grande mestre, super profissional e atento à proposição da banda. Trabalhar com ele foi uma satisfação imensa, pois houve uma identificação musical mútua bem interessante durante todo processo, tanto é que ele tem feito várias participações em nossos shows, o que torna tudo muito mais criativo e empolgante de se fazer, o consideramos, praticamente, um membro da banda já. 

Vocês também gravaram um material durante a última edição do Goiânia Noise…

Sim, gravamos a inédita "War Again", na última edição do festival Goiânia Noise, a qual fará parte do nosso próximo álbum e, com certeza, será uma bela surpresa para todos, pois é uma música que gostamos muito e tem tudo para ser bem aceita; inclusive já está incluída em nosso repertório para os próximos shows. Sonzeira total, isso, para quem se identifica com o  a proposta da banda, é claro...

A banda é muito atuante nas redes sociais e nos festivais, se tornando cada vez mais conhecida. Como é feito esse trabalho de divulgação?

Bem, consideramos a atuação nas redes sociais ainda precária e amadora, isso talvez por não importarmos tanto com essa questão, levando-nos a fazê-la por necessidade mesmo. Na verdade, achamos que é um pouco chato e apelativo ficar com divulgação maçante nas redes; entretanto entendemos que, hj em dia, é um dos únicos caminhos que funcionam para sobrevivência de qualquer banda. Então, procuramos divulgar o nosso som de maneira não muito invasiva, sem apelação e com visual e estilo que sejam compatíveis com a proposta da banda e do público que temos formado.

Como a banda foi formada?

A banda foi formada essencialmente por uma necessidade intrínseca de se fazer música, sem amarras ou muitas preocupações quanto a ter reconhecimento ou não. Outro aspecto também importante para atual formação da banda foi a ausência de pre definição do estilo... isso ficou por conta de cada um dos integrantes, os quais colocaram sua maneira de tocar e fazer som sem que os outros interfiram na criação. Assim, depois de algumas alterações nos integrantes da banda, a formação atual é bem concisa e tem uma simbiose muito agradável para criação e execução das canções.

Os integrantes tem uma boa experiência de estrada e de palco e os shows são considerados viscerais. Como é trabalhar com essa galera?

Tocar com a galera da The Last Shot é só alegria, puro rock n roll, diversão, bom papo... praticamente todos ensaios viram festinhas regadas a muita sonzeira, bebedinhas diversas, comidinhas legais para os laricados e não laricados tb rsrs. Os shows são únicos, carregados de emoção, cada apresentação traz a energia certa para a ocasião, tornando-os surpreendentes e inesquecíveis, pelo menos para nós da banda, o que é importante para o desenvolvimento, tanto da banda quanto do público em geral. 







terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

SPIRITUAL CARNAGE: O RETORNO TRIUNFAL AO UNDERGROUND!

 


Formado em 1989 em Goiânia, o Spiritual Carnage nasceu com a proposta de fazer um death metal influenciado por bandas como Morbid Angel e Cannibal Corpse, abordando temáticas como o instinto humano, sua desgraça e inutilidade de sua luta existencial e espiritual.

Considerados um dos pilares do death metal nacional, o Spiritual Carnage conquistou um público fiel e cativo com trabalhos consistentes e que se tornaram clássicos do  estilo, como “Pre-destined Death” (1990),  “Creeping Under the Black Souls” (1992), “Spiritual Carnage (1997), “Sheltered in Flames (2002) e “Voices of Darkness” (2006), além de ter participado de várias coletâneas e tocado ao lado de lendas como Master, Destruction e Cannibal Corpse, tornando inegável sua contribuição para tornar a cena da música extrema do underground brasileiro cada vez mais forte.

Em 2005, a banda ganhou até um show tributo, onde as principais bandas da cena metal goiana da época fizeram uma homenagem tocando suas músicas ao vivo. Antes de encerrar suas atividades em 2014, lançaram o single "Nothing Can Heal", seu último trabalho oficial.

Com a missão de se renovar, a banda resolveu retomar as atividades e hoje é formada por Hemar Messiah (baixo/vocal), Alexandre Greco (guitarra), o lendário Gilberto Black que retoma a função na bateria, e o guitarrista Guilherme Ferreira (Overbreed/Soraya). “Com isso, renovamos a cada dia nosso público e fazemos com que cada vez mais as pessoas possam ter acesso ao nosso som e história, já que fomos os primeiros a tocar música extrema em Goiânia”, afirma o baixista Hemar Messiah, com quem o Dr.Gori conversou sobre esse grande retorno aos palcos, que acontece no Martin Cererê, ao lado das bandas Death Slam, Light Years, Leprosy, Arvak e Zeugma, e que promete honrar e muito esses 34 anos de caos sonoro!

São muitos anos de estrada com várias formações e um retorno muito festejado em todo o underground. O que podemos esperar dessa nova fase do Spiritual Carnage?

Spiritual Carnage: Primeiramente, queremos agradecer a todos os fãs e amigos que nos apoiaram ao longo dos anos. Essa nova fase é uma mistura de nostalgia e renovação. Voltamos com a mesma paixão pelo death metal, mas também trazemos novas influências e experiências. Esperem riffs brutais, letras intensas e uma energia avassaladora no palco. Queremos retribuir todo o carinho que recebemos e mostrar que o Spiritual Carnage está mais vivo do que nunca.

Qual é a expectativa da banda em voltar aos palcos com o Spiritual Carnage depois de tantos anos, com parte da formação clássica?

Spiritual Carnage: A expectativa é enorme! Reunir parte da formação clássica foi emocionante. Estamos ansiosos para tocar juntos novamente e reviver aqueles momentos intensos que compartilhamos no passado. Sabemos que os fãs também estão empolgados, e mal podemos esperar para sentir a energia da plateia quando subirmos ao palco.

Como surgiu a ideia dessa reunião?

Spiritual Carnage: Tudo começou com uma ligação do nosso baterista original, que estava nostálgico e sentiu que era hora de reunir a família do death metal. Conversamos, relembramos histórias e percebemos que ainda tínhamos muita música para criar juntos. A ideia da reunião surgiu naturalmente, e aqui estamos nós, prontos para detonar novamente.

A nova formação vai permanecer tocando junto ou é só algo a nível de celebração mesmo?

Spiritual Carnage: A celebração é importante, mas não queremos que seja apenas isso. A nova formação está comprometida em continuar tocando juntos. Temos planos para novas músicas e shows. Queremos manter o espírito do Spiritual Carnage vivo e conquistar novos fãs com nossa música.

O último material lançado pela banda foi o single “Nothing Can Heal”, de 2014. Existe algum plano para trabalhar algum material novo?

Spiritual Carnage: Com certeza! Estamos compondo novas músicas e explorando diferentes sonoridades. Queremos lançar um álbum completo em breve. “Nothing Can Heal” foi apenas um vislumbre do que está por vir. Aguardem por mais brutalidade e intensidade!

O Spiritual Carnage é considerado uma das bandas mais influentes do death metal brasileiro. Como você analisa a trajetória da banda durante todos esses anos dentro do underground?

Spiritual Carnage: É uma honra sermos reconhecidos dessa forma. A trajetória do Spiritual Carnage foi marcada por desafios, mas também por momentos incríveis. Passamos por altos e baixos, mas sempre mantivemos nossa paixão pela música. O underground é nossa casa, e é onde encontramos nossa verdadeira família. Agradecemos a todos que nos apoiaram e continuaremos a lutar pelo metal extremo.

Deixe um recado pra galera e faça o convite pra galera comparecer ao evento.

Spiritual Carnage: A todos os headbangers, fãs de metal e amantes do underground, não percam nosso show de retorno junto com as bandas que estaram participando! Será uma noite épica de pura destruição sonora. Dia 17/02/2024, às 16h, no Centro Cultural Martim Cererê. Venham celebrar conosco e fazer parte dessa história. Preparem-se para o caos! \n/


sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

"ECOS DEL ABISMO - 8 AÑOS DESTRUYENDO TUDO": DESTRUIDÖ TOCA EM 15 CIDADES NO BRASIL

Destruidö surgiu no México em 2015, quando Eliceo e Dulce tocaram uma música juntxs e pensaram em formar uma banda ainda no primeiro ano do ensino médio, já tinham decidido que o punk era um estilo de vida. Chester, outro amigo da vizinhança, foi o primeiro baixista e Diego, que é outro amigo que conhecemos desde sempre, aproveitou a chance de tocar guitarra, ele começou a tocar alguns riffs bastardos, e foi assim que surgiu a primeira música, “Homeless attack”.

Com a turnê “Ecos del Abismo – 8 años Destruyendo todo” rodando o Brasil nesse início de ano, a banda esteve em Goiânia para um show concorrido, os fundadores da banda falaram com o Dr. Gori sobre a tour e os planos de lançar em breve o álbum comemorativo de 8 anos da banda.



A banda foi formada em 2015 e tem uma vasta experiência no underground de forma geral. Como você vê a trajetória da banda nesse período?

Eliceo: Acredito que a banda passou por diversas fases ao longo desse período, enfrentando mudanças de membros e pausas prolongadas. No entanto, mantivemos firmeza nas ideias para continuar fazendo barulho underground.
Dulce: Eu acho que nossa trajetória no underground começa desde moleques, esto foi uma grande ajuda para formar muitas conexões com pessoal de todo canto no M
éxico, e desde o começo nós tivemos muito suporte. A banda teve algumas mudanças de músicos, mas a ideia de fazer um punk crudo e agressivo prevaleceu e é parte do coração da Destruidö.

O Destruidö está fazendo sua primeira turnê no Brasil em Janeiro de 2024. Qual é a sua expectativa para essa tour?
Eliceo: Fazer amigos, se divertir bastante e ter muita diversão, principalmente conhecendo a forma local e crua como o punk é vivido no Brasil. Também esperamos conviver e conhecer as bandas com as quais compartilharemos o palco em cada show.
Dulce: Nós nunca tivemos uma turné igual a esta, é a primeira vez que a gente tem tantas datas confirmadas, agora sâo 15 shows por todo o Brasil e nós sabemos que é uma cena ultra significativa em todo o mundo, cheia de pessoal fazendo muito pelo underground, ficamos muito felizes de compartir palco com bandas clás
sicas como Skarnio, Besthoven, Karne Krua, e com muitas bandas que vamos conhecendo e curtido demais, e eu pessoalmente fico muito feliz de ver tanta participação feminina em toda atividade e de ver muitas crianças e novas gerações curtindo o rolé do punk.

Uma curiosidade sobre abanda é a localidade onde cada membro mora. Parece que vocês moram em cidades diferentes e se juntam para ensaiar e fazer os rolês! Como é esse trabalho e como fazer para isso dar certo? Afinal a banda lança material inédito e toca de forma regular…
Eliceo: Atualmente, apenas Priscila e eu moramos em Guadalajara, enquanto Dulce vive em Gama, Brasil. Tentamos ensaiar e compor juntos sempre que possível, passamos as músicas para Dulce escrever, e quando estamos juntos, ensaiamos tudo.
Dulce: Até o ano passado nos morávamos todos em Guadalajara, então era mais fácil fazer os ensaios e compor novas músicas, agora que ficamos um poco expalhados nosso plano é seguir lançando novo material a distança e tentar tocar aõ vivo o más que pudermos.

Como foram as experiências de tocar fora em outros países e como anda os planos da banda para o underground internacional? 
Eliceo: As experiências em outros foram únicas em cada um. A maioria dos momentos foi positiva, embora tenhamos enfrentado algumas situações desconfortáveis devido à falta de empatia de alguns organizadores. No entanto, compreendemos que cada país apresenta circunstâncias diferentes, e podem surgir desafios de diversas formas. Até agora, os planos visam continuar lançando material e realizar mais turnês em diferentes países.
Dulce: Nós tivemos a oportunidade de tocar na Colombia e no Canadá e foram experiencias legais demais. Na Colombia da para notar um poco as diferenças da uma cena más crusty dbeat e uma mais punk da rua, mas eu achei llegal todo este rolé, produzem demais, o pessoal vive muito o d.i.y , e sempre tem alguem que faz o visual, as camisetas, os tapes e cds e os shows, adorei que quasi todas as bandas tem Minas também.
No Canadá eu ache muito legal la cena latinoamericana, tem muita gente da Colombia, Perú, Salvador, Brasil e muitos mexicanxs, tanto que os 2 festivais que nos fizemos são organizados por pessoal do México. Mais também tivemos oportunidade de tocar em Quebéc profundo, eles falam francés e além de sua cena ser um pouco fechada por motivos culturais, som muito calorosos e legais. Eu achei muito legal também o pessoal das comunidades indígenas curtindo os shows punkys.

Vocês também planejam olançamento de um material comemorativo de 8 anos. O que esperar desse novo material e quando ele será lançado? 
Eliceo: Sim, lançamos uma compilação de nossos álbuns em dezembro de 2023. Incluímos algumas músicas feitas ao longo desses 8 anos, como nossa primeira canção "Homeless Attack" e nosso primeiro demo "Crimen de estado", que aborda os 43 estudantes desaparecidos em 2014 em Guerrero, México. Há também músicas criadas com Priscila e Beh dos últimos álbuns "Inferno" e "Necropolis".
Dulce: Neste rolé o Fofão de Besthoven tem sido uma ajuda gigante, ele quem fez tudas as conexões para tocar no Brasil todo e ele quem lançou a compilação de nossos dois últimos materiais com a Discordia Récords, Ulixo punk e Vlad tapes. Esta é uma edição muito especial para nos, pois como ja falé, nunca tivemos um rolé assim de longe e bem organizado, além que ficou ultra lindo el digipack e o tape, nos temos disponivel já já em todos os shows e pelas redes sociais.

Fale um pouco sobre ostrabalhos antigos de vocês Destrucción Total (2016), Homeless Attack (2019) e  Infernö (2022), como ajudou a banda a evoluir e como eles trouxeram a banda até aquí.
Eliceo: Os primeiros álbuns "Destrucción Total" e "Homeless Attack" foram produções caseiras DIY que fizemos em meu quarto com nossas primeiras músicas. Esses álbuns foram feitos com os membros originais, e em "Infernö", já contamos com Priscila, nossa atual baixista. O último disco, "Necropolis", foi gravado com o apoio e colaboração de Beh, guitarrista de Grave/Mal. Chegar onde estamos se deve ao lançamento do nosso material e ao apoio das pessoas, conectando-nos com mais fãs em diferentes países.
Dulce: Destruccion total é nosso primeiro material e eu acho muito especial pois foi simplesmente uns amigos querendo fazer ruido e gritar nosso odio. Homeless attack foi mais um demo para gravar músicas que nos ja tinhanos escritas. Inferno e Necrópolis que sâo 2022 e 2023 e já com a participação da Piu no baixo e dá para notar que a banda ficou mais madura em questão musical e também na idea que nos queremos transmitir, Destruido sempre foi uma banda política.

Deixe um recado para agalera de Goiânia e do underground em geral…
Continuem acreditando em seus projetos e ideias. Apoiar os projetos locais e dos amigos pode alcançar grandes conquistas. Às vezes, bandas e projetos locais são menosprezados por serem "locais", mas podem ser muito apreciados internacionalmente e ter um grande impacto global. Continuem encarando o punk como um estilo de vida, não como uma moda ou negócio. This is DisLife e DIY para sempre.
Dulce : Arriba lxs punks !!!