quarta-feira, 19 de abril de 2023

DEATH FROM ABOVE PARTICIPA DO FESTIVAL METALPUNK OVERKILL AO LADO DE RATTUS E TERVEET KÄDET

 


Formado há 17 anos e contando com diversos trabalhos lançados entre demos, compilações, splits e Eps, o Death From Above se prepara para o lançamento do lyric video da faixa “Desejo de Poder”, do seu último EP lançado em 2017, Intoxicação. De malas prontas para pegar a estrada rumo a Belo Horizonte, onde participa do conceituado festival Metalpunk Overkill ao lado das lendas Terveet Kadet, Rattus e Azul Limão, o vocalista e guitarrista Glauco Vilela e o baterista Thiago Slake contaram os detalhes sobre o festival e os planos futuros da banda numa entrevista respondida na força do ódio para o Dr. Gori.

Depois da pandemia o Death From Above vem retomando aos poucos seu espaço na cena underground. O que a banda vem preparando para o restante desse ano de 2023?
Glauco: Então, pouco antes da pandemia nós tínhamos alguns planos como produzir um disco novo e fazer algumas tours pelo Brasil. mas a pandemia fudeu tudo e adiou nossos planos. Pra esse ano estamos reconstruindo essas ideias, mas esperamos gravar algo novo até o final do ano.

Vocês estão lançando o videoclipe da faixa "Desejo de Poder, como esse clip foi gravado?
Glauco: Na real é um Lyric video que foi produzido pelo pessoal do Motim Underground em parceria coma Two Beers Records. eu gostei muito do resultado final, para uma música com apenas 1 minuto de duração.
Slake: Na verdade é um lyric vídeo, uma animação feita pelo Motim Underground que particularmente eu gostei pra caralho! Inclusive fica a dica pra galera que tem banda, a motim faz lyric vídeos incríveis por um preço bem modesto.

Em 2020 a banda disponibilizou a discografia nas plataformas digitais. Como foi a repercussão dessa estratégia e quais outros tipos de divulgação de trabalho vocês tem utilizado?
Glauco: essa eu deixo pro Slake responder, pois é ele o responsável por essa parte.
Slake: Hoje em dia se sua banda não estiver nas plataformas digitais, a sua banda fica praticamente invisível. Não temos números exorbitantes nas plataformas mas estamos lá e isso facilita muito o acesso ao nosso trampo. A estratégia no mundo de hoje é basicamente virtual, não tem como fugir muito disso.

Neste final de semana vocês vão tocar no festival Metalpunk Overkill, ao lado de Azul Limão, Rattus e Tervet Kadett, tudo no mesmo dia. Como é que tá a expectativa da banda para esse show?
Glauco: Esse convite já havia sido feito antes da pandemia, e por razões obvias não foi concretizado. Então no ano passado nosso amigo Gabriel Herege refez o convite e já aceitamos de pronto. Cara, a expectativa não podia ser melhor. e depois que vi a line up eu já não me aguento de ansiedade pra esse evento. Vamos fazer o nosso melhor, promover o caos sonoro naquele lugar.
Slake: Da minha parte a expectativa é altíssima, fomos convidados a tocar no festival em 2020 e infelizmente a covid-19 atrapalhou tudo. Este ano fomos convidados novamente e estamos nos preparando com bastante dedicação pra fazer um bom show em território mineiro.

Recentemente vocês tocaram também no Masters of Noise, fale um pouco da experiência de tocar nesse festival.
Glauco: cara, tocar nesse evento foi mega surpreendente, porque foi meio de ultima hora. como todas da banda iriam pra São Paulo pra ver o show do Discharge no final de 2022, havia a possibilidade de tocar no festival no outro dia, então falei com Nader, que é um dos organizadores e eles conseguiram encaixar a gente no festival. foi magnifico tocar ao lado de inúmeras bandas clássicas do underground nacional, isso além de rever muitos amigos de longa data. nossa performance não foi das melhores porque ainda estávamos sentido a ressaca do dia anterior, no show do Discharge, mas não decepcionamos quem tava no show. Hahahaha
Slake: Foi legal pra caralho, so barulheira fina e pessoas sangue bom. É sempre da hora reencontrar nossos amigos de São Paulo. E o fest é do jeitinho que eu gosto, só correria loka e musica extrema de qualidade.

Como vocês formaram a banda? Fale um pouco sobre a história de vocês e como vocês enxergam cenário underground do início da banda pra até agora.
Glauco: Esse ano banda completou 17 anos de existência, o Slake esta comigo praticamente desde o início e o Victor a uns 7 anos. Entre altos e baixos continuamos porque ainda não encontramos nada melhor pra fazer. Nos divertimos, é uma válvula de escape e de alguma forma não nos deixa enlouquecer nesse mundo odioso. Não sou muito de saudosismo, não costumo muito olhar pra trás. Só continuamos a viver e sobreviver, mas existe beleza no caos e isso é combustível pra seguir.

Deixe seu recado pra galera
Glauco: valeu pela entrevista, nós siga nas redes sociais, va aos shows e compre nosso merch isso ajuda a continuar produzindo. KEEP DESTRUCTION ALIVE!

sexta-feira, 7 de abril de 2023

SANGUE DE BODE TOCA HOJE EM GOIÂNIA NO ESPAÇO CAMPELLI

 


O Sangue de Bode é uma das revelações do metal extremo nacional, e foi formado em 2017 na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Sem rédeas na língua e indo estritamente ao ponto, o trio aborda relatos, angústias, e uma realidade tão crua que até o melhor dos estômagos se esforça para digerir, apresentando uma atmosfera obscura e densa, sem perder a pegada experimental que o Sangue de Bode aborda em seu universo.

A formação do Sangue de Bode traz João Pedro Oliveira (vocal/baixo), Gabriel Fontes (guitarra) e Gabriel Sinuê (bateria), e eles possuem em sua discografia o álbum “A Sombra que me Acompanhava era a Mesma do Diabo” (2020) e “Seja Bem Vindo de Volta pra Cruz” (2021).

Em tour pelo Sudeste e Centro Oeste do país, a banda chega hoje à Goiânia para participar do show Sexta-feira Satânica, ao lado do Leprosy e Arvak, no Espaço Campelli. Entre uma cidade e outra, o vocalita João Pedro bateu um papo com o Dr. Gori para falar sobre a tour e suas expectativas de tocar aqui pela primeira vez.

- A tour acabou de começar. Como tem sido a vida na estrada e a receptividade que a banda vem tendo nas cidades por quais vocês já passaram?

Bom, a turnê tem sido uma experiência muito incrível e diferente, já que é a nossa primeira vez realmente pegando a estrada e passando por diversas cidades. Então a gente tem toda essa alegria dessa novidade do Rolê e apesar do dia a dia a convivência da Galera também dá uma facilitada pois todos são amigos das antigas. Está sendo muito foda, uma experiência certamente inesquecível. A receptividade do público e da Rapaziada que curte a banda é simplesmente inacreditável e não nos restam palavras para agradecer cada pessoa que tem apoiado a gente nesse rolezão doido aí

- Apesar do tempo de estrada e várias participações em festivais, uma tour desse porte cria sempre uma expectativa diferente?

Sim, com certeza. Uma turne desse porte anima qualquer banda que tá no corre e com a gente não foi diferente. Como sempre só  nos resta agradecer todo o companheirismo das bandas, dos produtores e de todo mundo que ajudou a gente a estar aqui fazendo isso acontecer agora. Todas as oportunidades que nos foram dadas e todo o espaço que a gente conseguiu conquistar com o nosso trabalho deixa realmente uma sensação muito gratificante e a gente tá todo vapor aí pronto para botar essa turne para pegar fogo! Inclusive Já começamos.

- Qual é sua expectativa de vocês para esse show em Goiânia?

Nossa expectativa é sempre a máxima em qualquer lugar que vamos e Goiânia não será diferente. Cada lugar que a gente para é uma grande novidade e um misto de sensações boas. Já deixando aqui um grande agradecimento para o Wander Segundo da Two Beers or not Two Beers Records, um cara muito parceiro de Goiânia que sempre nos fortaleceu desde o nosso primeiro lançamento e será um prazer trombar com todas as pessoas de Goiânia que acompanham o nosso trabalho!

 - A banda surgiu em 2017, tem dois trabalhos lançados e é considerada uma das revelações do metal extremo brasileiro. A quais fatores você atribui essa boa receptividade da galera?

O Sangue de Bode, na minha opinião, é uma banda que trata sobre temas muito pessoais e ao mesmo tempo muito plurais, o que possibilita a imersão das pessoas na nossa mensagem interpretando na sua própria realidade, o que com certeza facilita essa conexão tão verdadeira e interessante que nós temos com o público que acompanha nosso trabalho. Por conta de ser um trabalho pautado e banhado em pura sinceridade e esforço acredito que conseguimos humildemente um espaço para falarmos sobre o que queremos e somos muito gratos por isso.

 - Como vocês formaram a banda? Fale um pouco sobre a história de vocês e como vocês enxergam  cenário underground do início da banda pra até agora.

O embrião da banda nasceu em 2017 ainda como um Duo, contando comigo (Verme) e o Sinuê e sendo posta de fato em Atividade no final de 2019 com a gravação do nosso primeiro álbum. Nosso primeiro lançamento nos abriu grandes portas e nos proporcionou grandes amizades com muitas pessoas da cena underground brasileira, nos possibilitando assim entender e conviver com essa coletividade incrível que os artistas independentes compartilham entre si, o que chega a ser algo Mágico.

 - Quais são os planos da banda para depois da tour?

Os planos para depois da turnê são terminar as novas composições e entrar em estúdio para gravação do nosso terceiro trabalho que será lançado na primeira metade de 2024. Se ninguém morrer é isso.

 - Qual recado você deixa para o público do show em Goiânia?

Goiânia, é um imenso prazer estar presente na terra de vocês pela primeira vez para uma ocasião tão especial. Obrigado a todos os envolvidos para que possamos estar aqui hoje, e esperem 150% do Sangue de Bode. A gente se vê.

quarta-feira, 5 de abril de 2023

CORJA COMPLETA 25 ANOS COM SHOW NA HOCUS POCUS


1. Vinte e cinco anos. E agora?
Segundo: Vou pedir pro Carlos Drummond de Andrade responder essa com um poema kkk: “E Agora Corja?  A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora,Corja? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta?... “
Daniel: Só largo o violino depois que a água passar do nariz


2. Depois desse tempo e de ter se tornado um trio, o Corja se tornou mais visceral. A banda encontrou a pegada que sempre buscou?
Segundo: Cara eu não sei se a gente buscou alguma pegada, é tanta coisa misturada e tanta coisa que a gente escuta que acabam sendo várias pegadas e eu acho que isso meio que resume a evolução da banda. No começo a gente tinha um estilo definido que era o rap core só que com o passar do tempo e com a gente melhorando pra tocar fomos atirando pra tudo quanto é lado e hoje eu pelo menos tenho muita dificuldade de rotular a banda porque a gente pega influência de tudo que a gente ouve e acaba saindo coisas bem diferentes umas das outras. O “... E Tudo Vai Piorar” - o próximo disco que a gente começou a gravar em 2019, que a pandemia emperrou e a gente só vai voltar a gravar agora tem uma música de cada jeito. As três que saíram durante a pandemia são totalmente diferentes uma das outras. Acho que a gente sempre buscou ter uma identidade própria e ser nós mesmos e se isso for a pegada que a gente buscou então sim...
Camboja: A gente pegou um jeito de tocar que é diferente do começo mesmo e as músicas não tem nada de definitivo não, a gente nem sabe como vai ser o próximo disco, não tem pegada definitiva de música nenhuma não
Daniel: Sempre buscando, não pode parar no tempo

3. Os trabalhos do Corja passam por demo, ep, coletâneas e três discos lançados. Como você vê a evolução da banda nesses 25 anos?
Daniel: - criança -> adolescente -> jovem (só não pode ficar velha)
Segundo: Sei lá acho que tudo aconteceu como aconteceria com qualquer banda que durou muito tempo, faz parte da vida e a gente tocando junto há tanto tempo evolui como instrumentista... meu vocal tá ficando diferente por causa do cigarro kkk e esse tempo todo parado por causa da pandemia deu uma esfriada em tudo né... a gente é uma banda que ensaia toda semana desde sempre e foi foda ficar quase dois anos sem se ver direito, só se falando pela internet, então acho que a única coisa que foi diferente foi isso, mas isso foi diferente pra todo mundo... tirando os zé ruela negacionista banda nenhuma tava ensaiando e tocando ainda mais com o desgoverno fazendo de tudo pra praticar a necropolítica e não dar garantia de nada além de pânico pra população, isso atrapalhou a arte performática em geral que precisa de público pra poder funcionar... uma galera fez live na época e a gente não fez, quando decidimos fazer já rolou a vacina e preferimos voltar a ensaiar logo, porque finalmente a gente ia ter o nosso estúdio. Começamos a ensaiar na garagem aqui de casa até que apareceu a AMMA com uma notificação, ai a gente teve que fazer uma janela pra poder não vazar o som e fizemos ela nós mesmos... total DIY compramos madeira, cola, espuma e passamos uns 6 meses ralando todo fim de semana até ficar pronto e o projeto que o Daniel fez deu certinho e agora a gente retomou o pique de ensaiar de antes no nosso estúdio e vamos começar a gravar aqui o resto do disco e ver o que vira... temos muito o que aprender ainda sobre captação e mixagem , então eu acho que a grande evolução pra nós veio agora e vamos ter total controle sobre tudo que a gente faz como banda.

4. Fale um pouco sobre os vídeos da banda. E porque somente agora resolveram trabalhar a música "Atos de Vandalismo pela Cidade" em vídeo?
Daniel: Essa é com o Segundo
Segundo: Com os corres do selo eu acabei aprendendo a mexer em programas de edição de vídeo e de som e ai rolou os protestos no Chile em 2019 e a gente tem a “Allende Mandar” que tá no Al Qaeda´s Greatest Hits e é uma canção anti imperialista, então eu aproveitei o calor do momento e peguei um monte de foto na internet e fui tentar fazer o vídeo e ficou bom, dai na mesma época o Ruy do Motim Underground começou a fazer os lyric vídeos das bandas com precinho camarada e a gente começou a fazer os vídeos que tem hoje na pandemia, foi até um jeito da gente aproveitar o interesse das pessoas que estavam de quarentena em ouvir e descobrir bandas aí a gente fez uma porrada de vídeo de músicas de todos os álbuns e das músicas que foram gravadas pro “... E Tudo Vai Piorar”. Ai rolou de ir fazendo vídeos de músicas velhas que faziam bastante sentido com tudo que rolava no cenário político da época tipo “Revolta!” do primeiro disco, “Sobre Máscaras e Homens” do Elefante na Loja de Cristais. Aí quando foi o relançamento do Justiça Au Go Go a gente fez o de “Não Compre Jornais, Minta Você Mesmo”, ano passado rolou o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e a gente tinha musicado o “Ode ao Burguês” do Mário de Andrade que foi lido no evento e fizemos um vídeo pra celebrar a importância e a influência da Semana de Arte Moderna pra cultura subversiva do país. Aí rolaram as invasões do dia 8 de janeiro desse ano e na hora que rolo a gente tava ensaiando e já tocamos a musica imediatamente enquanto os sem noção depredavam todo o patrimônio nacional e isso meio que virou nossa cabeça do avesso, porque a letra de “Atos de Vandalismo Pela Cidade” sempre foi controversa, a tática do Black Bloc sempre foi controversa também e todo o trabalho de décadas dos anarquistas combativos estava indo pro ralo naquele exato momento porque a extrema direita se apropriou das táticas de combate urbano da pior maneira possível, o vídeo seria mais ou menos como que a ideia de passar um conforto pra galera que tem a coragem de ir na linha de frente lutar por causas coletivas que tem fundamento e necessitam mais que nunca da ação direta pra pressionar os governantes a fazer a coisa certa, já que o burburinho antidemocrático tomou posse e enfraqueceu a nossa luta.
Camboja: Quando essa música saiu eu questionei se essa letra era literal e tomei uma bronca homérica sobre figuras de linguagem e quem nem tudo que tá escrito você é obrigado a fazer, e que é a narração de uma pessoa que está fazendo alguma coisa e não obrigatoriamente a gente concorda. Ai acabou acontecendo, o que eu não concordo aconteceu e ai coincidentemente a música encaixou de uma forma completamente diferente do porque que ela foi feita pensando na nossa revolta e agora o que aconteceu é que os paia que fizeram a coisa. Ai eu não entendi nada na verdade. Agora eu acho interessante a nossa vocação pra profetinha do fim do mundo. Parece que “... E tudo vai piorar” tem que ser o nome do disco mesmo, e as letras antigas que a gente fez em 2000 e pouco tá mais atual do que nunca, se for pensar que a gente fez “Sobre máscaras e homens” antes da pandemia e foi certinho o que aconteceu, e outras músicas também. De um jeito a gente tá pressentindo as coisas heheheheh.
Segundo: Mas esses trem Camboja era reflexo da época, so que era tipo a pior previsao do que podia acontecer sei la kkk acho que talvez é uma coisa de escrever letra politica mesmo o tempo passa e igual ce falo os trem toma significado diferente... tem outras letras que rola isso tb, mas na real o lance de “Atos de vandalismo pela cidade” tem um pouco a ver com o que os bostao la fizero pra ter escolhido a musica, ao mesmo tempo que a gente pode usar a musica pra mostrar outro tipo de realidade onde fazer essas coisas pode ser justificavel. Quando eu escrevi a letra ja rolava esse tipo de coisa com os ativistas gringos e ela meio que encaixa isso no contexto daqui. Rolo os lances da galera quebrar as estatuas dos bandeirantes racistas e que matavam indios por exemplo e sempre foi mais sobre isso do que sobre a extrema direita fazer isso sem ter um sentido real pra fazer...
Camboja: O negócio é que o objeto completo ele faz sentido na mão de quem usa né? É quem usa que dá sentido pro objeto. A gente tem um público que ao menos esperamos que entenda essa mensagem nossa, mas por outro lado tem gente ignorante até dentro da cena que pode pensar outra coisa disso, ela pode ser interpretada de outra forma, mas é legal, encaixou no contexto do que aconteceu, só que ai saiu do sentido primordial.
Segundo: Tipo o povo apropriou o esquema e fez bosta mesmo, porque quando se parte pra violencia no nosso caso, sempre tem um discurso de lutar contra a opressao e um debate por tras disso. E esses atos de vandalismo so começaram a rolar quando se percebeu que as mudanças pelo jeito “normal” das coisas, usando o status quo e o estado democrático de direito, eram muito lentas e burocraticas e por esse viés a mudanças necessárias não iam acontecer e os governantes e magnatas não tap nem ai pra mudar as coisas. Destruir o patrimonio vira um jeito de atacar esse povo onde doi, que é o bolso, pra que eles prestem atençao na voz dos excluidos. O que o povo fez em brasilia no dia 8 de janeiro nao tem o menor sentido nesse caso, foi so barbarie mesmo, de uma galera que nao sabia exatamente o que tava fazendo ali e foi cooptada a estar ali através de um plano maior de dominação que espalhava fake News e teorias conspiratórias, ou seja as pessoas foram iludidas de forma bastante sofisticada e usadas de massa de manobra por um grupo que não queria entregar o poder. É tipo o contrario mesmo: quando um anarco joga um tijolo no vidro de um banco ele sabe o que ta fazendo, porque ta fazendo isso e nao precisa de ninguem pra ir la mandar fazer e sempre vai ser pra o bem de todos e não pro bem de um só grupo.

5. Como você avalia o cenário underground hoje em dia e como o Corja se vê inserido nesse cenário?
Daniel: Pra mim o cenário foi enfraquecido durante a pandemia, e vejo nossa banda com uma certa responsabilidade em reaquecer a coisa, e com vontade de continuar fazendo o que sempre fizemos.
Segundo: Cara depois que os eventos voltaram apareceu uma galera nova na cidade e que ta frequentando os shows e renovando a cena, eu tenho muita esperança que dessa galera surjam novas bandas que vão se destacar em breve e continuar o trabalho que a gente vem fazendo esse tempo todo. Acho que o Corja acaba que está inserido nesse contexto pelo tempo de duração como um exemplo de que é completamente possível montar uma banda na adolescência e manter ela ativa na vida adulta e fazer as coisas que as bandas fazem que é ensaiar, compor, gravar e fazer shows mesmo com todas as dificuldades e empecilhos da vida adulta. Acho que o maior padrão de sucesso pro underground é uma banda sobreviver por muitos anos, porque é a prova de que o que a gente faz não é uma fase da vida ou uma moda passageira, é um estilo de vida. Eu tenho certeza que vamos durar mais 25 anos na cena!

6. Quais são os planos da banda para o restante de 2023?
Dia 8/4 agora vamos fazer o show de 25 anos na porta da Hocus Pocus no aniversário de 32 anos da loja e estamos ensaiando um set especial que resume bem tudo que fizemos nesse tempo todo, tocando músicas que não tocamos há muito tempo e uns covers caprichados ai que que for lá verá kkk deixa na surpresa. Se tudo der certo o show vai ser filmado e postado no you tube. Ai pro resto do ano vamos terminar de gravar o disco e esperamos lançar ele até o meio do ano e depois começar a fazer músicas novas pro próximo e trabalhar com elas. Nesse meio tempo vamos fazer shows a medida que nos convidarem. Eu nunca gostei muito desse lance de ser dono da bola por causa da Two Beers então sempre preferi que outros produtores chamassem o Corja pra tocar, ate porque é bem mais real quando alguém te chama pra tocar do que tocar num evento que você mesmo está fazendo, além disso você ainda tem que preocupar com fazer um bom show e com os perrengues da organização. Então esperamos que os produtores aproveitem que estamos comemorando 25 anos pra chamar a gente pra tocar tanto em Goiânia quanto fora. Estamos com planos de fazer uma minitour no fim do ano, vamos ver se vai dar certo.
Daniel: Compor, ensaiar, gravar e se apresentar

7. Deixe um recado satânico pra galera...
Fiquem longe de discursos de ódio e aproveitem ao máximo a capacidade de desconstruir e assumir seu erros, resumindo seja honesto com os outros e você mesmo e não desista de lutar
. E lógico, apoie sempre as bandas e os shows da sua cidade.